Durante anos, a Academia Americana de Pediatria (AAP) recomendou que crianças com menos de dois anos de idade não tivessem nenhuma exposição a televisão ou a dispositivos como tablets e celulares. Para crianças mais velhas, a AAP recomendava limitar o uso desses dispositivos a no máximo duas horas por dia. Nessa semana, as diretrizes foram alteradas e digamos que se tornaram menos “radicais”.

O fato é que a tecnologia e a Internet são hoje parte integrante de nossas vidas. A grande questão para nós, pais, é como, quanto e quando as crianças podem usá-la. E a AAP nos ajuda nessa tarefa, com as seguintes recomendações para o uso de Internet, jogos e aplicativos:
Online é apenas um outro ambiente. As crianças fazem as mesmas coisas que sempre fizeram, apenas virtualmente. Como qualquer ambiente, a mídia pode ter efeitos positivos e negativos.
A forma de ser mãe/pai não mudou. As mesmas regras se aplicam para ser pai ou mãe em ambientes reais ou virtuais. Pais e mães devem brincar com seus filhos, estabelecer limites, ensinar bondade, envolver-se e conhecer os amigos e lugares frequentados por seus filhos, sejam eles reais ou virtuais.
Ser modelo para seus filhos é fundamental. É preciso limitar o seu próprio tempo online, até para estar atento e presente com os filhos e família longe de telas.
Aprendemos uns com os outros. Pesquisas em neurociência mostram que crianças muito pequenas aprendem melhor através de uma comunicação de mão dupla, ou seja, é preciso interação entre cuidador e criança para o desenvolvimento da linguagem. Apresentações de vídeo passivos não colaboram com o aprendizado. Por outro lado, experiências interativas, como conversar online com o pai que está viajando, tem valor educacional, especialmente após os dois anos de idade.
Atenção ao conteúdo. A qualidade do conteúdo é mais importante do que o dispositivo ou o tempo gasto com meios de comunicação. Priorize como seu filho gasta seu tempo em vez de apenas limitar o tempo para a atividade online.
Curadoria ajuda. Mais de 80.000 aplicativos são rotulados como educacionais, mas há pouca pesquisa que valide a qualidade deles. Nos Estados Unidos, a Common Sense Media faz revisões de aplicativos, jogos e programas por idade. No Brasil, a revista Crescer também tem uma lista de aplicativos recomendados.
Participação. A participação da família no uso da mídia facilita a interação social e aprendizagem. Jogar um jogo junto com seus filhos influencia a forma como eles compreendem a sua experiência de mídia. Para bebês e crianças, acompanhamento no uso dos aplicativos e conteúdo online é essencial.
Brincar é importante. Brincar de forma não estruturada estimula a criatividade. Priorize o tempo diário de brincadeiras “offline”, especialmente para os menorzinhos.
Estabeleça limites. O tempo online, como todas as outras atividades, deve ter limites razoáveis. O uso da tecnologia ajuda ou dificulta a participação do seu filho em outras atividades? Avalie e limite com base na sua observação.
Tudo bem que seu filho adolescente esteja online. Relacionamentos online são parte integrante do desenvolvimento do adolescente. A mídia social pode apoiar a formação de identidade. Ensine seu filho adolescente comportamentos adequados que se aplicam em ambos os mundos, real e online. Peça aos adolescentes que mostrem o que estão fazendo online para ajudar você a entender o conteúdo e contexto.
Criar zonas livres de tecnologia. Preserve o horário das refeições da família. Recarregue os dispositivos durante a noite fora do quarto das crianças. Essas ações incentivam o tempo da família, além de hábitos alimentares e de sono mais saudáveis.
Crianças são crianças. As crianças vão cometer erros usando a mídia. Estes podem ser momentos de ensino se tratados com empatia. Certos comportamentos, no entanto, como relacionados à sexualidade ou agressão, sinalizam uma necessidade de avaliar outros comportamentos de risco do jovem.
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Fonte: Academia America de Pediatria
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